Em entrevista à Live JR, o ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral cita novos procedimentos para as eleições, destacando a importância de se promover a democracia
O adiamento das eleições municipais foi um dos temas abordados pelo apresentador Eduardo Ribeiro e pelos repórteres Clébio Cavagnolle e Cleisla Garcia em entrevista com o Ministro do STF e presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, nesta segunda-feira (08). O encontro aconteceu durante a Live JR, exibida nas redes sociais da Record e no portal R7.
Barroso ponderou sobre motivos para o adiamento das eleições municipais: “Meus principais interlocutores não têm sido nem advogados, nem juízes, e nem mesmo membros do Ministério Público, têm sido médicos de diferentes especialidades”. O Ministro afirmou que, entre epidemiologistas e infectologistas, há consenso sobre a conveniência do adiamento das eleições municipais por algumas semanas. Por isso, fez este apontamento em reunião realizada hoje com Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados e com Davi Alcolumbre, presidente do Senado.
Barroso afirmou que há preocupação democrática de não prorrogar mandatos e, sendo assim, a eleição deve ocorrer neste ano. “É razoável esperar que o processo eleitoral possa ocorrer no final de novembro ou primeiras semanas de dezembro, acho que é realista. Esta é a opinião médica, mas há uma decisão política a ser tomada, porque como a data das eleições é prevista na Constituição, será necessário aprovação de uma emenda à Constituição para designação de uma nova data”, afirmou.
O jurista e presidente do TSE trabalha com a perspectiva do uso de máscaras, álcool gel, distanciamento social e distribuição de uma cartilha para o eleitor, e revelou que pedirá apoio à iniciativa privada para implementar estes novos procedimentos durante as eleições. Barroso descartou a possibilidade de se estender em dois dias as eleições devido ao custo elevado, mas considera estender o horário das votações.
Sobre o início do julgamento de pedidos da cassação da chapa Bolsonaro-Mourão, pontuou que julgará o caso de acordo com provas dos autos. A respeito do inquérito das fake news, Barroso não quis verbalizar sua posição. “Não tenho nenhuma pista para dar sobre o encaminhamento deste julgamento”, afirmou.