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Diadema celebra 20 anos da lei que garante o ensino de história e cultura afro-brasileira

Programa Diadema de Dandara e Piatã levou para todos os estudantes do ensino fundamental conhecimento sobre os temas; 2023 vai marcar ampliação e consolidação das aulas em toda a rede municipal, da educação infantil ao EJA

A Lei Federal 10.639, que implementou o ensino de história e cultura afro-brasileira na educação básica, chega neste dia 9 de janeiro aos 20 anos de sua promulgação. Em Diadema, a lei saiu do papel e chegou a todas as escolas de ensino fundamental da cidade por meio do programa Diadema de Dandara Piatã. Além da lei federal, a cidade conta com o Plano Municipal Decenal de Promoção da Igualdade Racial, aprovado em 2021, e que também prevê educação antirracista na rede municipal de ensino. “Diadema é a única cidade que tem um programa implementado na rotina escolar onde todos os estudantes, por meio de um professor especialista, realiza aulas semanais dos estudos étnico-raciais”, explicou a secretária de Educação do município, Ana Lucia Sanches.

A secretária lembrou que a Lei 10.639 foi uma importante legislação que assegurou aos povos afro-indígenas (quando a legislação foi alterada por meio da Lei 11.645, que inclui o estudo de história e cultura indígena) o estudo sobre sua história e cultura. “Em Diadema a gente avançou e hoje também falamos sobre migrantes, ciganos, outros grupos que constituíram a história brasileira, para além do modelo eurocêntrico que já temos cravado no currículo escolar”, pontuou Ana Lucia.

A coordenadora do programa Diadema de Dandara e Piatã, Vivian Viegas, avaliou que a lei é fundamental para uma real equidade no ambiente escolar e, posteriormente, uma sociedade mais equitativa, bem como para assegurar e valorizar a diversidade étnico racial. “Fundamental para que se entenda que é preciso reconhecer, acolher e valorizar outros processos e vínculos culturais e históricos. Entender o perigo de uma história única, aquela contada apenas pelo olhar, pelo viés do colonizador/invasor”, argumentou. “É também fundamental conhecer os outros olhares e retirar o repertório cristalizado dessa história única contada até então.”

Vivian citou que o programa Diadema de Dandara e Piatã, implementado pela gestão do prefeito José de Filippi Júnior, é uma ação pioneira em nível nacional, pois oferece um professor especializado, com formações e atualizações semanais, para levar o ensino étnico racial para os estudantes em aulas semanais. “A abordagem da história e cultura afro indígena se dá através do lúdico, com jogos de tabuleiro, como mancala e jogo da onça”, completou. “Além da abordagem étnico racial, os jogos auxiliam de forma efetiva na aprendizagem de matemática, potencializando o raciocínio lógico”, concluiu.

Para a secretária de Educação, os jogos apresentados aos estudantes no programa Diadema de Dandara e Piatã são um exemplo claro de fortalecimento de uma contra-hegemonia eurocêntrica do conhecimento. “Trabalham habilidades fundamentais relacionadas ao raciocínio e levantamento de hipóteses e ambos são jogos cooperativos e não competitivos”, apontou Ana Lucia. “É o educador usando uma matriz africana e indígena para o estímulo necessário do desenvolvimento da criança ao invés de uma matriz europeia”, completou.

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