Um balanço realizado pela Secretaria de Saúde apontou que no primeiro semestre deste ano, das 54.417 consultas agendadas na rede, 40% não tiveram o comparecimento dos usuários e nem aviso prévio da falta. As especialidades com maior índice de absenteísmo foram neurologia, com 58% de faltas do total de agendamento para a especialidade; em seguida, dermatologia com 55% de faltas e ortopedia com 39%.
No caso dos exames, os índices são ainda mais preocupantes: em 44% dos 98.265 exames agendados no primeiro semestre de 2018, os usuários não compareceram. Os principais exames com maior índice de falta foram: ultrassom de mamas com 45%, ultrassom transvaginal com 45% e do total de agendamentos para endoscopia, 36% estavam ausentes no dia e horário marcados. Esses exames são utilizados para diagnosticar, entre outras doenças, câncer de mama, tumores de ovários e câncer de estômago, respectivamente.
Como forma de contornar o problema, que compromete vagas que poderiam ser ocupadas por outras pessoas, a administração adotou a estratégia do overbooking (excesso de reservas, em português) na marcação de exames. “Já contando com essas faltas, nós fazemos alguns agendamentos a mais. Por exemplo, numa agenda com 10 vagas, se a gente sabe que em média faltam duas pessoas, vamos agendar duas a mais, sempre respeitando o limite de atendimento dos profissionais. De qualquer forma, mesmo se comparecerem os 12 pacientes marcados, todos serão atendidos. Essa foi uma medida necessária para diminuir a perda de vagas por conta das faltas”, explica o assessor técnico de Gestão Estratégica, Victor Oliveira Chiavegato.