Por Samuel Boss
Com a aprovação do Senado da reforma política, na qual prevê o fim das coligações para as próximas eleições, os partidos médios, pequenos e nanicos terão que mudar a estratégia para não serem extintos. Formar times e não mais craques será a única saída para que os partidos não mínguem frente a legislação que segue em votação no congresso.
A prática das siglas brasileiras de investirem em puxadores de votos e não em pequenas lideranças, além de apostar em nominatas – com a troca fácil de presidente- e não em formação diretórios, levaram a política a se acostumar com as coligações, que muitas vezes são consideradas absurdas pelos eleitores. Como a junção do PT e PSDB em diversas cidades do país na última eleição para prefeito.
Puxadores de votos que presidem partidos nos municípios, e que não se preocupam em conquistar filiados, tampouco em fomentar novas lideranças políticas, serão os mais penalizados. Coligar no último minuto apenas para manter seu mandato, será proibido, e assim, virá a força a renovação de lideranças.
Partidos como PRB sustentados apenas por líderes religiosos da Universal de suas cidades, terão dificuldades de reeleger seus parlamentares, a não ser que abra espaço para novos líderes com a mesma oportunidade de disputa dentro da sigla. Caso contrário, também morrerá.
Nomes de partidos como Campos Machado, Presidente do PTB de São Paulo, terá que trabalhar dobrado para não ser acusado de promover apenas escadas para manutenção de seu mandato.
Personalidades lendárias como Eymael e Levy Fidelix perderão força e poderão desaparecer. Eternos presidentes de seus partidos, os líderes lucram com a indicação de suas siglas em coligações majoritárias e proporcionais nos municípios do Brasil. Mas com a nova regra, essa boquinha acaba e os “figurões” terão que fortalecer suas legendas criando diretórios nas principais cidades do país ou então serão extintos em menos de duas eleições.
Se o projeto passar pela Câmara e for sancionado pelo presidente, nós enfim, teremos uma eleição mais justa e veremos se aposentar os dinossauros donos de partidos.