O Grande ABC está enfrentando um alerta sério sobre poluição e qualidade do ar. Segundo a IQAir, uma ONG suíça parceira da ONU que monitora a qualidade do ar globalmente, todas as cidades da região foram classificadas como insalubres nesta segunda-feira (9). Durante a manhã, São Paulo chegou a ser considerada a cidade mais poluída do mundo, superando Lahore, no Paquistão, e Jacarta, na Indonésia, em um ranking que avalia 120 das maiores cidades do planeta.
No entanto, ao longo do dia, algumas cidades do Grande ABC chegaram a ter níveis de poluição tão altos quanto ou até piores do que os de São Paulo. À tarde, São Bernardo superou o índice da Capital (160 pontos), atingindo 164. Mauá ficou com 160, Diadema com 155, Santo André e São Caetano com 154, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra com 153.
O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) também emitiu um alerta laranja de perigo para 12 estados brasileiros e o Distrito Federal devido à baixa umidade, válido até quinta-feira (11). Na manhã de segunda-feira, as medições mostraram que as estações em Santo André, Diadema e Mauá estavam em nível moderado, enquanto a de São Bernardo estava ruim. No boletim das 16h, São Bernardo e Mauá estavam com ar ruim, e Diadema e Santo André com qualidade moderada. Esse cenário pode resultar em um aumento de sintomas respiratórios na população.
A situação piorou devido às queimadas e à falta de chuvas. Moradores do Grande ABC notaram um sol alaranjado, sinal de poluição atmosférica, calor e fuligem.
Andre Nathan, pneumologista do Hospital Sírio-Libanês, destaca que a baixa umidade pode ressecar as mucosas das vias respiratórias, facilitando a entrada de partículas de fumaça e fuligem. Isso eleva o risco de inflamações pulmonares, como bronquite aguda, tosse, falta de ar e chiado no peito. Além disso, as vias respiratórias ficam mais suscetíveis a infecções, como pneumonia e sinusite, devido à diminuição da proteção natural. Atividades físicas em ambientes poluídos ou sem hidratação adequada podem agravar a situação. Nathan recomenda o uso de soluções hidratantes, como soro fisiológico, e pausas para hidratação durante atividades físicas.
O uso de máscaras tipo N95 pode ajudar a evitar a inalação de poluição. É melhor evitar atividades ao ar livre entre 10h e 16h, quando a umidade é mais baixa. Mesmo em casa, Cristiane Passos Dias Levy, otorrinolaringologista do Hospital Paulista, sugere cuidados extras em tempos secos. Manter a casa ventilada e livre de poeira, deixar as janelas abertas sempre que possível e reforçar a limpeza de objetos como tapetes, cortinas e bichos de pelúcia são medidas essenciais.