Por Samuel Boss
Por isso a Reforma Administrativa vai ser um divisor de águas para o governo Kiko, ou o prefeito refaz sua base dando espaço a estes vereadores, ou vai amargar uma oposição consolidada e raivosa.
Em tese a Reforma Administrativa, os projetos 49 e 50/2018 é uma encheção de linguiça em forma de reorganização que classifica cargos e atribuições de cada função. Mas o lenga lenga é apenas para se chegar ao objetivo desejado: criar 12 cargos de Assessor Regional; criar a Secretaria de Cultura; aumentar as gratificações para acalentar os funcionários concursados e trazê-los para perto da gestão; acabar com a Secretaria de Assuntos Estratégico; Criar uma super-secretaria chamada, Secretaria Chefe do Gabinete do Prefeito, na qual estará subordinado os novos cargos criados com valores de R$ 6.280,75 e R$ 3.796,43. Haverá também aumento de salário para os secretários adjuntos que muitas vezes trabalham mais do que os titulares das pastas (que muitas vezes vivem de fazer política e sair na foto).
A Reforma Administrativa não vai trazer economia aos cofres da cidade, nem será um modelo a ser seguido por outras cidades. É mais do mesmo no beabá da política: acolher os aliados e equalizar os desgastes político. Kiko amargou uma derrota considerável na Câmara com a aprovação das cotas do ex-prefeito, Clovis Volpi e, agora precisa tentar reorganizar a base para conseguir mostrar a cara de seu governo nos próximos dois anos.
Os vereadores não vão votar pensando na saúde financeira da cidade, farão a velha e conhecida escolha pragmática: “é bom para mim e meu futuro político?”. Se os vereadores forem contemplados nessa reforma, é provável que haja uma reformulação, se Kiko não conseguir dividir o bolo, haverá consolidação da oposição e serão dois anos difíceis. Vale lembrar que grande parte dos vereadores que hoje estão na oposição, aprovaram a criação de 390 cargos no governo Saulo.
Está a prova a habilidade política de Kiko e a habilidade de negociação dos vereadores. Quem viver verá.