Parlamentares de São Bernardo suspendem’sessão coruja’

A votação da denúncia de impeachment contra o prefeito Orlando Morando (PSDB) na Câmara de São Bernardo começou às 22h20 desta sexta-feira (4). Como é habitual, Danilo Lima (Podemos) deu início pontualmente ao som do hino nacional e do município. Mesmo com a presença de 25 dos 28 vereadores, número suficiente para a votação, os trabalhos foram interrompidos por 30 minutos. Com o passar do tempo, foi solicitado um novo adiamento pelo mesmo período.

Na sessão, participam os deputados Danilo Lima (Podemos), Jorge Araújo (União Brasil), Bispo João Batista (Republicanos) e Dr. Manuel (PMB), Alex Mognon (PP), Dra. Eliezer Mendes (PL), Estevão Camolesi (Cidadania), Gordo da Adega (Podemos), Ivan Silva (PRTB), Joilson Santos (PRTB), Julinho Fuzari (Cidadania), Lucas Ferreira (PL), Minami (Republicanos), Pery Cartola (Cidadania), Maurício Cartola (União Brasil) e Glauco Cartola (União Brasil).

A presença dos vereadores já alcança o quórum necessário para votação, que requer uma maioria simples, ou seja, 15 parlamentares, visto que se trata apenas de um pedido para iniciar o processo de impeachment. Se a Casa for aprovada, deve ser criada uma Comissão Especial para dar início ao processo de investigação contra o prefeito Orlando Morando.

O documento em discussão no plenário foi encaminhado e registrado na Casa na segunda-feira passada, atendendo a um pedido popular feito pela moradora Fatima Damiana de Oliveira. A moradora menciona “misoginia praticada como instrumento de poder”, referindo-se a um episódio de 2021 onde o prefeito chamou uma jovem de “vaca” por ela ter participado de uma festa ilegal às margens da Represa Billings, na área do Riacho Grande.

Na época, o tucano concedeu entrevista à rede de TV BandNews para falar da situação do município, que tinha 90% dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) ocupados por pacientes de Covid-19. Ele se exasperou ao ver no vídeo a imagem de jovem que participava da balada, interrompida pela GCM (Guarda Civil Municipal). “Dá uma olhada: tinha de dar um tanque de roupa suja para essa vaca lavar. Não (era) para ela estar aqui agora fazendo este tipo de evento, contaminando as pessoas.”

Na acusação, a moradora sustenta que “o prefeito agiu de maneira claramente inconsistente com o decoro, cometendo uma séria infração político-administrativa, passível de cassação do seu mandato”. “A declaração do prefeito evidencia que a misoginia foi praticada como uma forma de poder, intensificando a objetificação e o desrespeito às mulheres, com evidente preconceito e desprezo por elas. Assim, fica evidente a violação do decoro do cargo no desempenho de suas funções, devido ao desrespeito aos padrões sociais atuais de moralidade, ética e, sobretudo, igualdade de gênero”, afirma.

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