“Enfermeiros cuidam mais dos doentes do que os médicos”, afirma Drauzio Varella

Quem mais cuida dos doentes são as enfermeiras. Numa epidemia, pouco os médicos podem fazer. Os gestores devem entregar o ESF – Estratégia Saúde da Família, o melhor programa público de saúde do mundo,  para profissionais de enfermagem. E lança um desafio: “Que a epidemia sirva para criarmos novos modelos de atenção à saúde”, afirma o médico oncologista Dráuzio Varella. Ele também salienta o importante papel de farmacêuticos, bioquímicos, fonoaudiólogos e fisioterapeutas nos sistemas de saúde.  

Leia íntegra do artigo:

As enfermeiras

A epidemia que enfrentamos reserva aos médicos funções mais discretas.

*Dráuzio Varella
A assistência à saúde no Brasil é centrada na figura do médico.A epidemia que enfrentamos agora, provocada por um vírus contra o qual ainda não existem vacinas nem medicamentos específicos, ressalta o papel decisivo de enfermeiras, técnicas de enfermagem, fisioterapeutas, fonoaudiólogas e o pessoal de limpeza e desinfecção das enfermarias e UTIs, enquanto reserva aos médicos funções mais discretas nas equipes que atuam nas linhas de frente.É voz corrente que as enfermeiras ajudam os médicos a cuidar dos pacientes, inversão de valores injusta –nós é que as ajudamos, quem cuida são elas. O padrão de atendimento de um hospital ou de um serviço ambulatorial de saúde é estabelecido pelo corpo de enfermagem, aos médicos cabe interpretar exames, definir as linhas gerais do tratamento e prescrever as medicações indicadas.Diante de uma epidemia dessas, em que receitamos apenas drogas para aliviar sintomas e cuidados respiratórios que dependerão de fisioterapeutas para os exercícios necessários e do ajuste fino dos aparelhos de respiração mecânica, nossas prescrições têm impacto limitado na evolução dos infectados, especialmente daqueles em estado grave.

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