Lula defende polarização contra governo Bolsonaro

Duas semanas após sair da carceragem da Polícia Federal em Curitiba, onde passou um ano e meio preso, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um longo discurso na abertura do 7.º Congresso Nacional do PT em São Paulo, no qual defendeu a polarização com o governo Jair Bolsonaro, defendeu os feitos dos governos petistas e se recusou a fazer autocrítica em relação aos erros cometidos pelo partido. Segundo Lula, “um pouco de radicalismo faz bem à nossa alma”, embora tenha afirmado que não considera o PT um partido “radical”.

“Aos que criticam ou temem a polarização, temos que ter a coragem de dizer: nós somos, sim, o oposto de Bolsonaro. Não dá para ficar em cima do muro ou no meio do caminho: somos e seremos oposição a esse governo de extrema direita que gera desemprego e exige que os desempregados paguem a conta”, afirmou.

Para Lula, setores da política tentam misturar polarização com radicalização. Para enfrentar esta tese, ele lembrou que ao longo de 39 anos o PT sempre jogou dentro das regras da democracia, tanto na oposição quanto no governo, ao contrário dos adversários.

“Não fomos nós os responsáveis, ativos ou omissos, pela eleição de um candidato que tem ojeriza à democracia; que foi poupado de enfrentar o debate de propostas (…) Não fomos nós que falamos em fechar o Congresso, muito menos o Supremo, com um cabo e um soldado. Em nossos governos, as Forças Armadas foram respeitadas e os chefes militares respeitaram as instituições, cumprindo estritamente o papel que a Constituição lhes reserva. Nenhum general deu murro na mesa nem esbravejou contra líderes políticos. Não fomos nós que pedimos anulação do pleito só para desgastar o partido vencedor”, disse Lula.

Contrariando lideranças petistas que defendiam um discurso em tom conciliatório, Lula afirmou: “não venham dizer que o PT é radical, mas um pouco de radicalismo faz bem à nossa alma” e defendeu a “resistência” do “povo da Venezuela”.

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