Lula Junta Ministros para Enfrentar o Desafio das Queimadas

Fonte: Agência Brasil

Na manhã desta segunda-feira (16), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontra com seus ministros para discutir as emergências climáticas e os incêndios que afetam cerca de 60% do território nacional. No dia anterior (15), Lula e a primeira-dama, Janja Lula da Silva, sobrevoaram o Parque Nacional de Brasília, devastado por um incêndio de grandes proporções.

Em suas redes sociais, o presidente atualizou sobre as ações do governo federal, que está trabalhando em conjunto com o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal para controlar as chamas. Lula também anunciou uma reunião com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.

“A Polícia Federal tem atualmente 52 inquéritos em andamento contra os responsáveis por esses crimes. O Ministério da Saúde está fornecendo orientações para proteger a população da fumaça. Amanhã [segunda-feira], irei me encontrar com a ministra Marina Silva e com o núcleo de governo para discutir novas medidas para enfrentar esta crise climática”, escreveu Lula.

Toda segunda-feira, Lula se reúne com os ministros da articulação política e os líderes do governo no Congresso Nacional para tratar da agenda legislativa. Nesta semana, a pauta das queimadas será um dos principais tópicos do encontro, com a presença confirmada da ministra Marina Silva.

Além dela, o vice-presidente Geraldo Alckmin, os ministros da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, bem como representantes do Ibama, do ICMBio e o secretário-executivo da Saúde, Swedenberger Barbosa, participarão da reunião.

A Polícia Federal identificou indícios de que parte dos incêndios pode ter sido causada por ações coordenadas, com múltiplos focos de fogo surgindo simultaneamente. A suspeita de ação humana também foi levantada pelo ministro do STF, Flávio Dino, que já tomou medidas para combater os incêndios na Amazônia e no Pantanal.

Flávio Dino também autorizou a emissão de créditos extraordinários fora dos limites fiscais para o enfrentamento das chamas. Isso permitirá ao governo federal ter um orçamento de emergência climática até o final do ano e enviar ao Congresso uma medida provisória para alocar esses recursos.

No Pantanal e em grande parte da Amazônia, o uso do fogo para práticas agrícolas é proibido e considerado crime, com penas que variam de 2 a 4 anos de prisão.

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima aponta que, além das práticas ilegais, os incêndios no Brasil e em outros países da América do Sul são exacerbados pela mudança climática, que provoca estiagens prolongadas. Neste ano, 58% do Brasil enfrentou seca, e cerca de um terço do país está com seca severa.

Em uma declaração no sábado (14), a ministra Marina Silva denunciou que o Brasil está vivenciando um “terrorismo climático”, com pessoas aproveitando as altas temperaturas e a baixa umidade para provocar incêndios, prejudicando a saúde pública, a biodiversidade e devastando as florestas.

Além dos impactos ambientais, a quantidade de queimadas tem pressionado o sistema de saúde, especialmente entre idosos e crianças com problemas respiratórios. Diversas cidades foram atingidas por nuvens de fumaça, prejudicando a qualidade do ar.

As recomendações para a população nas áreas afetadas incluem evitar exposição ao ar livre e atividades físicas, manter distância dos focos de incêndio e aumentar a ingestão de água. Em caso de sintomas como náuseas, vômitos, febre, falta de ar, tontura, confusão mental ou dores intensas, é essencial procurar atendimento médico.

A Força Nacional do SUS ampliará suas ações nos estados e municípios afetados pelas queimadas. A partir de hoje, equipes visitarão os estados do Acre, Amazonas e Rondônia para avaliar a situação e apoiar os gestores locais.

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