A juíza Adriana Bertoni Holmo Figueira, da 307ª Zona Eleitoral de Santo André, rejeitou o pedido de liminar do pré-candidato Eduardo Leite (PSB) para impedir a circulação do jornal A Guardiã da Notícia e a divulgação de propaganda do concorrente Gilvan Junior (PSDB). Leite alegava que o jornal e a propaganda de Gilvan estavam desinformando os eleitores e realizando propaganda negativa contra outros candidatos, mas a juíza não concordou com essas alegações.
Em sua decisão, a juíza afirmou: “Não observei conteúdo descontextualizado ou inverídico na publicação em questão. Ela se baseou em resultados de pesquisa eleitoral.” Ela também rejeitou a acusação de propaganda negativa, afirmando que os argumentos de Leite não eram convincentes. O mérito da ação será julgado após a defesa de Gilvan e a manifestação do Ministério Público, prevista para hoje.
Este é o primeiro processo judicial relacionado à eleição de 2024 em Santo André desde o início da campanha na sexta-feira passada. Leite argumenta que os dados da pesquisa divulgada pelo jornal, registrada no TSE sob o número 05654/2024, foram manipulados e que A Guardiã da Notícia e Gilvan teriam agido em “conluio”. A campanha de Leite alega que o material publicitário de Gilvan foi preparado em tempo recorde, 24 horas após a publicação da pesquisa.
O jornal revelou que Gilvan lidera a pesquisa com 29% das intenções de voto, seguido por Bete Siraque e Eduardo Leite, ambos com 12%, Luiz Zacarias (PL) com 10%, André do Viva (PRTB) com 3%, e Coronel Edson Sardano (Novo) com 2%. Leite classificou a pesquisa como um “panfleto de desinformação” em benefício de Gilvan e desfavorável aos demais candidatos.
Leandro Petrin, advogado de Gilvan, argumentou que a tentativa de censura de Leite visa não só um veículo de imprensa reconhecido, mas também a proibição de propaganda eleitoral legítima. A campanha de Gilvan defende que um dia é tempo suficiente para preparar material gráfico, e espera que a decisão liminar da juíza seja confirmada no julgamento final.
Gabrielle Barros Tricanico, jornalista responsável pelo A Guardiã da Notícia, criticou a ação de Leite como uma tentativa de silenciar o jornal. Ela lembrou que, apesar das críticas de Leite, seu veículo foi utilizado anteriormente em uma postagem nas redes sociais do pré-candidato. “É irônico que, quando o conteúdo nos favorece, somos considerados sérios. Quando não, somos desqualificados,” disse Gabrielle.
