A taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes com Covid-19 está acima de 80% na maioria dos hospitais particulares do estado de São Paulo, segundo levantamento do sindicato da categoria (SindHosp).
O índice divulgado pelo governo estadual para toda a rede – tanto pública quanto privada – era de 78,5% nesta segunda-feira (17).
No entanto, a pesquisa do SindHosp realizada entre os dias 11 e 17 de maio aponta que a situação é pior na rede particular, onde 85% dos hospitais e clínicas consultadas estão com a ocupação de UTI acima de 80%. Especialistas consideram que a ocupação já indica situação de colapso.
De acordo com levantamento da GloboNews nesta terça (18), o estado de SP tem pelo menos 237 pessoas na fila por um leito de UTI para tratamento de Covid-19. Em todo o Brasil, são mais de 1.500 pacientes na fila de espera por leito de UTI.
O estado paulista está na vice-liderança do ranking de espera, perdendo apenas para o Paraná, que tem 345 pacientes aguardando na fila por leito, diz o levantamento.
Pico da doença
O estado de São Paulo enfrentou um pico de novas internações por Covid em março e começo de abril, que pressionou o sistema de saúde levando inclusive à falta de leitos. Mais de 500 pessoas morreram por falta de vaga em UTI.
No final de abril, houve uma queda no número de pacientes internados, mas o valor se estabilizou em maio em um patamar ainda muito elevado.
O médico intensivista Ederlon Rezende alerta que um novo aumento pode estar a caminho.
“Houve um relaxamento por parte da população nas medidas de precaução e isolamento. E como a taxa de vacinação tem aumentado lentamente, é muito importante, nesse momento, que todos se preparem para um novo aumento”, diz Rezende, que é chefe da UTI do Hospital do Servidor Estadual.
Os médicos preveem piora na situação com a chegada do inverno, quando naturalmente já há aumento da demanda por atendimento de doenças respiratórias além da Covid.
“Estamos chegando no período de frio, consequentemente, aquelas patologias, que são as patologias pulmonares que nós já temos todos os anos, elas retornam. Então isso também aumenta o número de pacientes que também vão precisar de internação”, diz o presidente do SindHosp Francisco Balestrin.
Fonte: G1
