Por que será que os vereadores mudaram o voto e aprovaram as contas de Volpi?

Por Samuel Boss

Esqueça o mérito (as Contas), a maioria dos vereadores nem leram o parecer do TCE (Tribunal de Constas do Estado) -que sugeriu a reprovação das Contas do ex-prefeito, Clovis Volpi (sem partido), mesmo se dolo ao erário público- os vereadores votaram de acordo com  suas consciências que é quase nenhuma, votaram mesmo de acordo com quem “pode mais” no momento da votação.

Muitos vereadores não analisam mérito, defesa jurídica, não se debruçam em analisar a peça orçamentária da época, eles tomam suas decisões nas conversas baixas quase sussurradas em reuniões as escondidas com ambos os lados da moeda. É quase um leilão de voto. Kiko Teixeira (PSB) em 2017 podia mais neste leilão, havia uma esperança de cargos, havia uma gratidão por este ou aquele favor, havia ainda o peso da máquina atuando sobre os nobres edis e ganhou.

Porém, o tempo passa, as coisas mudam e muitos se desgostaram com a gestão de Kiko. Uns perdem os cargos, outros perdem benefícios, outros brigam publicamente com o prefeito, e é preciso revidar politicamente, outros se ajeitam na administração e se deliciam ao “som” do Festival do Chocolate, mesmo não podendo degustar a iguaria, enfim tudo se embola. Mas o mérito é o mesmo, a peça do TCE não mudou, quem mudou foram os parlamentares.

Volpi voltou às ruas na campanha de Manente e Thiago Auricchio, a pré-campanha deu musculatura ao ex-prefeito, e quando um vereador não se ajusta no governo, ele busca fazer um novo grupo ou se joga no colo do grupo oposto.  Volpi podia mais, e teve estômago para fazer as articulações e conversas necessárias. Saiu vitorioso, e acho justo de acordo com o que vi do parecer, sem dolo ao erário.

No entanto, a aprovação foi só política, como dizem as poetizas  Simone e Simaria “quando o mel é bom, a abelha sempre volta”. Os vereadores que mudaram de ideia, na verdade foram rejeitados pouco a pouco pelo atual prefeito, não tiveram suas exigências parlamentares atendidas e quiseram fazer vingança, entre outras coisas, e houve um em que teve tudo isso e pulou no colo do prefeito. Volpi, um homem que tem minha amizade e apreço, se explicou publicamente quando teve as contas rejeitadas, mas nenhum destes vereadores vão se explicar. Ontem comemoraram e dormiram felizes apenas por se vingarem do prefeito que não quis atender seus desejos.

A Câmara de Ribeirão Pires sempre foi uma secretaria legislativa, votando de acordo com o poder em vigor, porém, como essa gestão é ruim de conversa, ruim no trato e, os vereadores fazem grupos: G6, G7, G8 e acham que são donos do rumo da cidade. A justiça foi feita ao amigo Volpi, mas ainda não chegou ao edis, 2020 que chegue logo.

 

 

Samuel Boss
Iniciou sua carreira na criação do Blog do Vereador que se transformou no jornal de sátira política, Quarta Ordinária. Escreveu para os jornais Estação Notícia, Repórter Diário e Opinião Pública. Foi editor do Jornal A Voz de Ribeirão Pires e criador da TV São Caetano. Teve programas na TV+, EcoTV, TVABCD, Repórter Diário e Rádio ABC.
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